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Saltos são traiçoeiros

19 abr

E com duas torções consegui começar e terminar a faculdade usando muletas

De uma coisa tenho certeza: salto alto é um ser traiçoeiro. Mas não só os saltos, como escadas molhadas pela chuva, shows de rock e passos apressados. E nesse assunto sou perita. Sim! Já torci o tornozelo em situações ridículas milhões de vezes. Duas delas são memoráveis e bem traumatizantes.

Num show do Los Hermanos em 2005, me exaltei ao ouvir “A Flor” e acabei torcendo o pé ao cair de um degrau para outro no corredor do teatro do CIC (Centro Integrado de Cultura) de Florianópolis. Resultado: passei o resto do show sentada, com o pé para cima, sentindo o coitadinho inchar. Terminei a noite no Hospital Celso Ramos com uma tala de gesso no pé e três semanas pulando e pulando de muletas. (E ainda tive que ouvir piadinhas infames do tipo: “Mas se eu soubesse que o show Los Hermanos fosse tão animado, teria ido”).

Na segunda vez, uma combinação de pressa, chuva, escada e milhões de coisas na mão me levou a torcer o tornozelo – agora em 2009. Saindo de um mercadinho em Santo Antônio de Lisboa, tentei segurar guarda-chuva, jaqueta, carteira do Tadeu, bolsa e corrimão. Tudo junto e misturado, minha gente! Escorreguei bonito e só não me espatifei no chão porque meu tornozelo direito adora tomar as dores da minha vida. Diagnóstico: rompimento parcial de um ligamento. Seis semanas de pé imobilizados e milhões de sessões de fisioterapia.

A mais recente experiência desse tipo aconteceu no último sábado. Estava eu saindo de casa para ir ao cinema assistir Dieta Mediterrânea. Toda trabalhada no salto alto e estilo mocinha, escorreguei (ainda não sei se dentro da sandália ou na calçada do prédio) e torci o tornozelo de novo!

As muletinhas da ferrari foram as coisas mais úteis que comprei nos últimos tempos!

Depois de passar pela emergência do Hospital de Caridade e constatar que não quebrei o pé, fui encaminhada para um ortopedista que imobilizou o coitadinho com uma bela e pesada tala de gesso. O médico recomendou repouso de sete dias e duas semanas sem musculação (e a minha sanidade mental como fica nessa?!).

Devido aos últimos acontecimentos estou repensando se consigo/vale a pena fazer a Torta de Morango – não sei se é legal ficar pulando de um lado para o outro na cozinha, tentar alcançar ingredientes na prateleira mais alta do armário e tal. E estou em dúvida também se vou comemorar meu aniversário num barzinho de Floripa. A opção de comemorar na Kibelândia já foi descartada por causa da escadaria para subir para o andar mais charmoso do lugar. O que vocês acham?

É meu povo, não só de estômago ingrato vive uma pessoa, não é mesmo?!

Sabrina Carozzi